domingo, 14 de agosto de 2011

Hepatite C

Basicamente, a Hepatite é uma inflamação do fígado. Mas porque ela é tão perigosa, quais os sintomas e o que podemos fazer para evitar a hepatite? Essas são algumas perguntas que tentaremos responder neste texto, assim como cada um dos tipos de hepatite existente e que podem resultar em uma doença fulminante e fatal.

Neste texto, especificamente, falaremos sobre a Hepatite C que, estima-se, atinge cerca 170 milhões de pessoas no mundo.



Um dos grandes perigos que a Hepatite C oferece é o silêncio e a falta de sintomas que acontece em vários casos. Isso porque a Hepatite C, que é a inflamação do fígado causada pela infecção de um vírus (vírus da hepatite C, VHC ou HCV) que, ao contrário dos vírus que causam hepatite, não gera uma resposta imunológica adequada no organismo, com isso a infecção aguda é menos sintomática. O resultado disso é que a maioria das pessoas que se infectam desenvolvem hepatite crônica a longo prazo.

O vírus da Hepatite C é transmitido através do contato com sangue contaminado e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode desencadear em uma cirrose ou câncer do fígado.

Vírus da hepatite C


A Hepatite C é um caso de saúde pública emergencial e considerada epidemia em todo o mundo. Acredita-se que cerca de 3% da população mundial, 170 milhões de pessoas, sejam portadores de hepatite C crônica -  e grande parte desses doentes nem sabem que são portadores do vírus, por isso a importância das campanhas para se fazer exames, detectar o possível problema e fazer o tratamento necessário. A hepatite C é a principal causa de transplante hepático em países desenvolvidos e responsável por 60% das hepatopatias crônicas. No Brasil, cerca de 1,2% dos doadores de sangue são portadores da hepatite C.

Para evitar a doença é preciso, em primeiro lugar, saber se você se enquadra no grupo de risco. São considerados no grupo de risco:

- Usuários de drogas endovenosas risco 80%
- Receptores de fatores de coagulação antes de 1987 risco 90%
- Receptores de transfusão sangüínea ou transplante de órgãos antes de 1992 risco 6%
- Hemodiálise risco 20%
- Filhos de mães positivas risco 5%
- Parceiros de portadores do HIV
- Crianças com 12 meses de idade com mãe portadora do HCV
- Profissionais da área da saúde vítimas de acidente com sangue contaminado

Existe um grande esforço para tentar conter a epidemia atual, porém, a hepatite C é uma epidemia crescente. A Organização Mundial de Saúde estima-se que o auge da epidemia aconteça apenas em 2040  e a proporção de novos pacientes não tratados com cirrose dobre até 2020.

Hepatite C Sintomas


Cerca de 90% das pessoas com Hepatite C não apresentam sintomas ou apresentam sintomas muito sutis e inespecíficos como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Por isso muitas pessoas contaminadas sequer procuram um médico para fazer exames e a maioria dos diagnósticos acontecem através de exames para doação de sangue, exames de rotina ou quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase avançada de cirrose.

Outras doenças relacionadas à Hepatite C


O vírus da Hepatite C pode também motivar o aparecimento de outras doenças através de estimulação do sistema imunológico. São elas as manifestações extra-hepáticas do HCV; a Crioglobulinemia mista Tireoidite autoimune; a Porfiria cutânea tarda Líquen plano; a Glomerulonefrite membranoproliferativa Sialoadenite; a Poliarterite nodosa Úlcera de córnea; o Linfoma de células B Síndrome de sicca; e a Fibrose pulmonar idiopática Fenômeno de Reynaud.

Transmissão da Hepatite C


Como mencionado anteriormente, os grupos de maior risco são receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise  e trabalhadores da área de saúde. Isso porque a transmissão da hepatite C acontece com o contato com sangue contaminado.
Não há dados suficientes ainda, mas existem trabalhos recentes comprovando a presença do vírus no leite materno, saliva, urina e esperma. Porém, a quantidade presente do vírus parece ser insuficiente para causar uma infecção.  O vírus da hepatite C chega a sobreviver de 16 horas a 4 dias em ambientes externos.

Não transmite a Hepatite C

Se você conhece alguém com Hepatite C, não tenha medo, o contágio da hepatite C não ocorre através de abraços, beijos, espirros, tosse ou por dividir copos, talheres, pratos, comida ou água.

Tratamento da Hepatite C


Infelizmente, ao contrário da Hepatite A e B, a Hepatite C não ainda não tem uma vacina descoberta e cerca de 80% das pessoas que adquirem o vírus serão incapazes de eliminá-lo. O objetivo do tratamento da hepatite C é prevenir a progressão e evitar as complicações da doença.

O principal tratamento vigente para a Hepatite C surgiu em 2002 com o aparecimento do interferon peguilado, que apresenta menos efeitos colaterais e possibilita a administração uma vez por semana. Em alguns tipos do HCV, apenas 24 semanas de tratamento associado à ribavirina são suficientes para obter resposta duradoura em 70% a 80% dos casos.

Recentemente também surgiu um novo antiviral, chamado de telaprevir, foi desenvolvido especificamente para bloquear a ação de uma enzima necessária para a replicação do vírus.
Segundo o Doutor Dráuzio Varella, “duas décadas de pesquisas para decifrar a estrutura molecular do HCV parecem dar os primeiros frutos. Novas drogas ‘desenhadas’ especificamente para destruí-lo poderão levar a tratamentos mais eficazes para todos os portadores de hepatite C”.

Cura Hepatite C


Existe um estudo em andamento nos EUA que pode ser a cura para a Hepatite C. Ele se dá com o uso de peginterferon combinado ou não com a ribavirina.

Dos pacientes que fazem parte do estudo, quase todos – ou seja, 99% - tiveram sucesso no tratamento da Hepatite C e não apresentaram carga viral detectável sete anos depois. Animados, os pesquisadores se permitem o uso da palavra cura para este grupo de pacientes.   O estudo acompanha 997 pacientes e os resultados se baseiam num estudo de longo prazo para determinar se o vírus da hepatite C (HCV) reapareceram nos pacientes que tiveram sucesso com o tratamento.
 Os pesquisadores ainda monitoraram os níveis sorológicos de HCV uma vez por ano por uma média de quatro anos - a faixa variou de 5 meses a sete anos. Dos 997 pacientes, 989 mantiveram níveis indetectáveis do vírus. Os oito pacientes restantes apresentaram resultados positivos para o vírus em média dois anos depois de completarem o tratamento.

Se for diagnosticada precocemente, os cientistas falam de uma possibilidade de até 70% de cura. Mas se o paciente já chegar com uma cirrose é muito difícil que responda ao tratamento.
A hepatite C é curável em casos em que o diagnóstico é feito precocemente. Mas muitos médicos ainda não sabem disso ou ignoram este fato. É importante que os médicos e encaminhem os portadores do vírus da Hepatite C para o tratamento adequado, pois muitas vezes a hepatite C é confundida com uma doença de sangue, uma vez que o nível de plaquetas cai muito.





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